Aviso à navegação: este artigo tem um tom diferente dos meus artigos habituais… é mais um desabafo e ainda mais pessoal.
Açúcar zero ou #sugarfreeoctober
No dia 1 de Outubro decidi que durante os 31 dias do mês não ia comer qualquer forma de açúcar: nem açúcares adicionados, nem adoçantes artificiais, nem fruta (que afinal é rica em frutose) nem bebidas alcoólicas, também elas riquíssimas em açúcar.
E lancei o desafio #sugarfreeoctober no Instagram…
Vais perguntar “mas porquê?”…
Três razões fundamentais:
- Não gosto de ser controlada por vícios
- Quero ter um nível de energia estável
- Quero perceber o quanto o açúcar influencia o meu peso
Explico:
1. Não gosto de ser controlada por vícios
Este é um dos meus defeitos: gosto que seja o meu cérebro a decidir sobre as minhas acções. E quando começo a sentir que “preciso absolutamente de…” seja o que for, isso significa que não estou ao volante das minhas decisões.
Não acredito que os alimentos doces ou as bebidas sejam uma recompensa ou algo que “tu mereces” – afinal, não te fazem bem a nada mesmo. Por isso, este mês não é um castigo para mim, é um exercício de vontade, absolutamente voluntário.
2. Quero ter um nível de energia estável
Um dos primeiros efeitos do consumo de açúcares sobre o corpo humano é uma flutuação abrupta dos níveis de energia: primeiro positiva, seguida de uma quebra. Infelizmente, a forma como instintivamente reagimos é procurar soluções rápidas para essa quebra – mais açúcar. Caímos facilmente num círculo vicioso de picos e quebras de energia, nocivos à saúde e que condicionam a nossa disposição mental, a qualidade do trabalho e a performance no exercício físico. Ora eu prefiro estar sempre a 100% do que umas vezes a 120% e outras a arrastar-me.
3. Quero perceber o quanto o açúcar influencia o meu peso
Nada como tirar a prova dos nove!
Quando eu tive a minha filha mais nova, fiquei muito surpreendida porque o peso ganho com a gravidez não se foi tão rapidamente como da primeira vez. Na realidade, não foi de todo – dos 15 quilos que ganhei na gravidez, acho que só perdi 5 no primeiro mês pós-parto.
Na altura o que fiz foi simples: eliminei todo o açúcar da minha alimentação e de resto comi normalmente. E perdi os 10 quilos que tinha a mais em 3 meses. Hoje tenho outra idade e outro metabolismo, vamos ver o que acontece.
Afinal o que é que eu como este mês?
Tudo! Excepto açúcar nas formas que identifiquei acima: açúcares adicionados, adoçantes (que nunca apreciei de qualquer forma), fruta e bebidas alcoólicas.
Vou garantir que como proteínas, hidratos de carbono complexos, legumes e gorduras saudáveis a todas as refeições, nas proporções praticadas no contexto da Dieta Mediterrânica. Penso que é uma dieta equilibrada, variada e muito apropriada a quem reside habitualmente em Portugal, como é o meu caso 😉
A Dieta Mediterrânica
Se quiseres saber mais sobre a Dieta Mediterrânica, segue os links abaixo e lê a informação preparada pela Direção Geral de Saúde:
O que ouves lá fora, se falas no assunto de forma aberta:
O mito “tu precisas de açúcar”
É uma frase que te arriscas a ouvir se cais na asneira de dizer a alguém “eu não como doces”. Não é verdade. O que precisas é de hidratos de carbono, um macro-nutriente que quando digerido te dá energia para viver – isto é uma forma simplista de ver as coisas mas lembro que não sou profissional de nutrição, o que sei resulta de consultas a profissionais e muitas leituras (*).
O mito “a fruta é saudável por isso podes comer as quantidades que quiseres”
A fruta contém muitos micro-nutrientes fundamentais para a saúde humana, nomeadamente vitaminas, sais minerais e fibras. Mas contém também um açúcar chamado “frutose”. E, segundo uma profissional da área da nutrição me explicou há uns anos, a frutose é um açúcar que o corpo não consegue transformar em energia – por isso, por muita atividade física e cerebral que pratiques, a frutose vai sempre converter-se em gordura. Talvez isso explique porque eu que não tenho excesso de gordura a nível da minha composição corporal tenha sempre níveis de gordura visceral comparativamente mais elevados, quando faço as minhas análises regulares.
O mito dos “snacks saudáveis”
Na sequência do mito anterior, os snacks saudáveis, cujas receitas também eu partilho aqui no Glow Chef, são realmente mais saudáveis quando comparados com alternativas industriais. São feitos por nós, controlamos assim a qualidade e a quantidade dos ingredientes.
Mas não te esqueças: um bolo saudável é um bolo; uma barrinha saudável é um doce, sobretudo se for feita à base de tâmaras ou outras frutas secas (ricas em frutose). Devem por isso ter um caráter de excepção na tua alimentação, se quiseres controlar a quantidade de açúcar que comes.
O mito “assim não gozas a vida”
Para mim, a vida goza-se com saúde. Se o açúcar e as bebidas alcoólicas são altamente nocivos para o funcionamento do corpo humano, não estou a ver o divertimento no seu consumo sem limites!
Impressões ao fim de 1 semana
O vício – “work in progress“: em casa só pensei em doces uma vez; consegui cozinhá-los e fotografá-los (para um projeto aqui do blog… já descobrirás) sem comer.
A energia – ainda não está completamente estável.
O peso – perdi 1 quilo nesta semana.
Vou-te mantendo a par.
E tu, já pensaste passar um tempo sem açúcar? O que te impede? Não hesites em partilhar aqui as tuas impressões.
(*) Estas são opiniões e escolhas minhas. Quaisquer erros que leias aqui são da minha inteira responsabilidade.